20.5.10

madame soirées @ miradouro de são pedro de alcântara


Nem sempre tem sido muito bem tratado pela autarquia, ou estimado por quem o frequenta, mas, ainda assim, oferece, na minha opinião, uma das vistas mais bonitas (e abrangentes) da cidade. Para quem não adivinhou pela foto ou se distraiu com o título, estou a referir-me ao Miradouro de São Pedro de Alcântara, junto ao Bairro Alto e sobranceiro à Avenida da Liberdade, na rua homónima.
Graças à iniciativa Madame Soirées, o miradouro, nada recomendável logo que o Sol se põe, ganhou uma animação especial às sexta-feiras, entre as 18.00 e as 21.00, com a actuação de Dj's nacionais. Apesar de pouco publicitada - ou assim me pareceu -, a adesão tem sido muito boa desde Abril, pelo que, hoje, a cena repete-se com warm up a cargo de Sebastião Delerue - apontado como um jovem promissor que se tem destacado na cena underground lisboeta pela sua performance técnica e sets eclécticos -, seguindo-se, depois das 19.00, Nuno Ramos. Na próxima sexta, dia 28 de Maio, está já agendada a presença de Bart Cruz (Da Providers).

Rua São Pedro de Alcântara, das 18.00 às 21.00

18.5.10

chiado after work

Apanhei esta iniciativa a mais de meio; ainda assim, e porque nem tudo se perdeu, acho válido dedicar umas quantas linhas a esta edição do "Chiado After Work", promovida pela A(ssociação)V(alorização) Chiado. Nos últimos anos, vários estabelecimentos, empresas e até entidades culturais do bairro têm unido esforços para conseguir uma maior fidelização dos que já não passam sem o Chiado e, ao mesmo tempo, atrair os que ainda não se convenceram totalmente. A ideia é que, depois de saírem do trabalho, ao invés de irem para casa, as pessoas tenham motivos de peso para ficar por ali.
Até 30 de Maio, eventos como workshops, ciclos de cinema, exposições, conferências e espectáculos estão a decorrer em locais tão variados como o Espaço Ângora (antiga Pastelaria Marques, na rua Garrett, nº72), os teatros São Carlos, Trindade e São Luís, além de museus, galerias de arte, lojas e até restaurantes.
Por uma questão de coerência com o propósito deste blogue, optei por destacar alguns dos restaurantes e cafés que estão a participar com a oferta de descontos, a promoção de happy hours ou a realização de festas:
* Spot (Teatro São Luís, rua António Maria Cardoso): entre as 18.00 e as 21.00, na compra de uma bebida oferecem outra igual e dão um desconto de 15% nas refeições de domingo a quinta. O chef Fausto Airoldi criou ainda um menu para a ocasião com 4 mini degustações, salgadas e doces, que variam de dia para dia, com um preço fixo de €9.
* Storik (Rua do Alecrim): descontos de 15 a 25% em provas de vinhos, lanches ou tapas com cocktails, que, consoante os dias, são acompanhados por concertos de jazz e actuação de Dj's.
* Xocoa (Rua do Crucifixo): todas as sextas, até dia 30, dj set ou mini show case, entre as 18.00 e as 20.00; degustação diária de vários produtos e prova de vinhos com chocolate.
* Café-Bar BA (Bairro Alto Hotel, Largo Camões): por cada copo de vinho (€8 a unid.), consumido entre as 18.00 e as 21.00, o bar do hotel oferece as tapas.

Mais informações pelo tel. 213 421 824 e/ou e-mail: avchiado@gmail.com

17.5.10

taberna ideal

[Taberna Ideal, fotos de JMS (acima) e Andreia Tavares (abaixo)]


Quando, do nada, um novo restaurante cai no goto ao ponto de estar sempre a abarrotar, os mais renitentes podem evocar a sorte de principiante ou até achar que é mais só uma moda-que-dá-forte-mas-passa-rápido. Só que, quando ao fim de um ano e meio, esse mesmo restaurante não só continua de portas abertas, como se desdobrou e não chega para as encomendas, então é porque algo de bom, e digno de nota, se passa ali.
Se me perguntarem o que tem de tão especial a Taberna Ideal, em Santos, para justificar tamanho sucesso, a primeira coisa que me ocorre como explicação é, precisamente, o facto de ter feito da simplicidade e das coisas simples um trunfo.
Numa época em que a "cozinha de autor" e o "design" se tornaram desculpas para vender, não tão raras vezes como isso, gato por lebre, a Taberna Ideal é, sem complexos, a versão moderna da tasca que não alinha em minimalismos nem em doses minimais.
Para os que ainda associam à palavra "tasca" uma conotação pejorativa, apresso-me a esmiuçar o conceito, não vá alguém ficar com a ideia errada - de taberna tem só o nome, esqueçam o cheiro a vinho azedo e o ar seboso de quem não viu água . Até porque, como disse e repito, ser simples não é sinónimo de ser simplório ou básico. A Taberna Ideal tem o mérito de não ter complicado demasiado as coisas, mas isso não é algo que se consiga de pé para a mão; além de que exige talento e tino.
Durante quase toda a semana, servem apenas jantares, que nas noites de sexta e sábado se desenrolam em dois turnos - o primeiro vai das 19.00 às 22.30 e o outro das 22.30 em diante - para tentar acomodar o máximo de fregueses antigos e novos que, à última da hora, entopem o gravador de mensagens com pedidos de reserva (e escusado será dizer, no bom estilo quem-avisa-amigo-é, que a reserva, além de recomendada, deve ser feita com a devida antecedência se não quiser ter um desgosto) .
Explicado o modus operandi, acrescento, para quem ainda não foi, que a casa ocupa dois números da rua da Esperança - o 112 e 114, sendo que, duas portas abaixo, no 100/102, nasceu a Pestiqueira Ideal, onde as mesas são atribuídas por ordem de chegada, sem reserva prévia, e o cardápio se faz de petiscos vários - e que o seu charme "retro-luso", e o termo não é meu, está na mistura, por vezes inusitada, e não na intenção de ter tudo a condizer. Aliás, muito pouca coisa ali faz pandan, nem os pratos - que manda a tradição da casa ficarem empilhados sobre a mesa, cabendo a quem se senta distribui-los depois -, muito menos as cadeiras e mesas, com cara de quem veio da feira da ladra ou dos tarecos da avó.
Mas claro que isso faz parte da ilusão. Como faz parte também nem sempre conseguir ler a ementa do dia escrita a giz na ardósia pendurada ao alto, pelo que alguém da casa não se fará rogado a repetir, só para quem ainda não é habitué, que nas entradas há ovos com alheira de caça, tibornas com tomate, queijo ou alho e azeite, além de cogumelos gratinados ou picos (rojões) com maçã. É comum haver um prato do dia, mais acessível, sendo que o empadão de codorniz com tâmaras e alheira se tornou uma espécie de cartão de visita.
Não é, nem pretende ser, acho, uma cozinha de excepção, mas é honesta, saborosa, cai (e dispõe) bem, tem um preço justo (média de €20 a €25 por pessoa) e consegue ser portuguesa sem ser excessivamente regional. Tem ainda a vantagem de servir mais de 20 tipos de vinho a copo, o que é menos comum do que se imagina, todos nacionais até onde apurei, e a carolice de, por exemplo, servir "caipironha", uma versão com aguardente de medronho. Tânia, uma das donas, já é conhecida por fazer as honras da casa, sem mesuras ou rapapés, e o mesmo se passa com o restante pessoal que serve às mesas e não se acanha nada em tratar os clientes, conhecidos ou não, por tu. É o modus vivendi da Taberna e só estranha quem for ali ao engano. Isso e o facto de não haver multibanco.

Rua da Esperança, 112-114, tel. 213 962 744, de seg. a sáb., das 19.00 às 02.00, aos dom., das 13.30 às 02.00

13.5.10

open day @ lx factory


Ainda há, em Lisboa, quem não tenha dado pela conversão da Antiga Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense, fundada no século XIX em Alcântara, numa espécie de "ilha criativa", a Lx Factory, onde assentaram arraiais empresas ligadas às artes, à moda, à publicidade, à comunicação, à música e à produção de eventos, entre outras coisas mais. No dia a dia, a livraria Ler Devagar, a Cantina Lx ou o Café na Fábrica são, até ver, os poucos, mas bons, pontos de interesse que justificam a romaria àquelas paragens.
No entanto, nada que se compare à animação garantida sempre que há um Open Day. A quarta edição vai ter lugar amanhã, dia 14 de Maio, com um não mais acabar de propostas que cobrem campos tão diversos como exposições, workshops, desfiles, concertos, instalações, ateliers ou várias festas com Dj's convidados. A entrada é livre e a programação, cujo download pode ser feito aqui, começa às 10 da manhã de sexta e só termina, nalguns casos, às 4 da manhã de sábado.
[Aviso de navegação: deixe o carro em casa e vá de táxi. Ainda assim, há um parque no espaço contíguo às instalações da Lx Factory. O preço até às 18.00 é de €1/viatura, após as 18.00 é de €2/viatura. A partir das 02.00, o acesso para entradas e saídas das viaturas na Rodrigues Faria será interrompido].

Rua Rodrigues Faria, 103, tel. 213 143 399, das 10.00 às 04.00

12.5.10

tease rock n'roll bakery

[interior da Tease Bakery, D.R.]


«Provem-me que os vossos cupcakes são os melhores de Lisboa. Quero sair daqui convencido.» A avaliar pela caixa que levou para casa, depois de ter saboreado uma versão de cenoura com noz na loja, este novo freguês saiu rendido à Tease, ao Bairro Alto.
Na rua do Norte, perto da Diesel e quase frente à Sneakers Delight, a Tease só abriu portas em finais de Abril, mas as suas "provocações", sob a forma de tentadores cupcakes e também de bolos vintage, muffins, scones ou até sanduíches, andam, literalmente, nas bocas do mundo. Estou a exagerar, como é óbvio, mas o certo é que está a despertar a curiosidade geral e a aguçar o apetite, não sendo já poucos os que ali vão de propósito para espreitar.
A moda dos cupcakes, que são mais do que simples queques com coberturas fantasiosas ao contrário do que querem fazer crer as más-línguas, é relativamente recente em Portugal. Há quem diga que a ideia para o negócio nasceu a partir da série "O Sexo e A Cidade", mas não faltam outras referências igualmente sugestivas, como foi o caso do filme "Maria Antonieta", de Sofia Coppola, que recorreu à parisiense Ladurée para o efeito. Em Lisboa, a Tease não é a única, mas é uma das mais promissoras, até porque tem uma dinâmica engraçada e faz gala em lançar regularmente novos temas - por exemplo, no próximo sábado, dia 15, vão dar a conhecer os cupcakes Red Velvet em homenagem ao grupo Velvet Underground, e nem a vinda do Papa lhes escapou, a quem dedicaram o Cheers Pope, numa versão de lima e queijo mascarpone.
Mais do que apenas balcão para exibir e vender as suas criações, a Tease é um salão de chá, onde se bebe igualmente bons sumos naturais, cocktails to impress, vinho ou até um simples café. Para o efeito, existem sofás e poltronas, sempre de veludo colorido, mesinhas baixas, açucareiros em louça, ficando o rock n'roll por conta da bola dourada giratória no tecto ou da selecção musical - no dia em que ali estive, só deu Beatles na vitrola.
À partida, diria que o conceito é susceptível de atrair uma clientela maioritariamente feminina, mas, felizmente, é uma tendência que a qualquer momento pode, e deve, ser equilibrada. Não é um lugar barato - os cupcakes em versão mini custam €1, os "regulares" saem por €2,40 a unidade (e difícil é conseguir comer só um!) -, mas o seu target está claramente direccionado para um nicho de mercado. Não é, nem pretende ser, mais uma pastelaria com doces e salgados por atacado.
Uma opção interessante para o lanche, que deixei para outra ocasião, é a do High Tea(se), pensado para duas pessoas em duas modalidades (€12,50, com chá verde de canela, e €14,50, com chá de flores do deserto), que incluem cupcakes, bolos e sanduíches. Uma nota final para dizer que entre os sócios da Tease está Dave Palethorpe, que muitos conhecem do bar Cinco Lounge no Príncipe Real, e Antony Millard, do cabeleireiro Facto BA.

Rua do Norte, 31-33, de seg. a sáb., das 12.00 às 23.00

leya na buchholz

[em cima: Livraria Buchholz, antes e agora; abaixo: fachada na Duque de Palmela]


Aproveitei um final de tarde de calmaria para dar um pulo à LeYa na Buchholz, inaugurada a 8 de Abril. É um regresso a casa, já que após um período de incerteza - em que sobrou apenas um pólo no Chiado, no largo Rafael Bordalo Pinheiro, entretanto encerrado, com a transferência dos serviços para a Sá da Costa, na rua Garrett, nº100/102 -, a livraria reabre no endereço da Duque de Palmela, ao Marquês de Pombal, quase na esquina com a Alexandre Herculano.
Para quem gosta de livros, mas também de livrarias com peso e história, é motivo de regozijo. Por um triz, a velha Buchholz, fundada pelo alemão Karl Buchholz em 1943, escapou a um fim anunciado graças à parceria entre a LeYa, de que faz parte a Oficina do Livro por exemplo, e a Coimbra Editora Livrarias.
Na adaptação aos novos tempos, perdeu-se parte da solenidade - a antiga Buchholz tinha outra imponência -, mas ganhou maior funcionalidade, com as várias secções bem sinalizadas, um acervo virado para as necessidades (e vontades) do mercado actual e está, porventura, mais confortável, pois existem diversos sofás em pele para que nos possamos sentar e demorar.
Ao todo são três pisos - na prática, só dois estão em permanência abertos ao público -, onde houve o cuidado de manter as estantes de madeira e várias peças, como os bancos e escadotes que servem para alcançar os livros no topo, como recordação. Há um piano de cauda e toda uma estrutura montada para receber, com regularidade, lançamentos de livros, conversas entre escritores e outras actividades que façam sentido na sua agenda cultural.
Não sendo a Duque de Palmela uma rua de grande passagem, apesar de paralela à Avenida da Liberdade, a nova Buchholz vai ter de criar uma dinâmica própria se quiser sobreviver à concorrência de grandes superfícies como a Fnac. Porque nem eu nem outros lisboetas vamos continuar a ir ali só porque faz parte da nossa memória afectiva. É preciso mais. Para já, arrisco a sugerir que lhe falta, quiçá, um pequeno café charmoso, adequado ao espaço e à função, capaz de funcionar como um atractivo extra. Os puristas podem até torcer o nariz, evocando que uma livraria não deve precisar desse tipo de "artifícios" para atrair interessados, mas em muitos países, como o Brasil, é prática corrente e não vem daí mal ao mundo. Muito pelo contrário, são, na maioria das vezes, uma mais-valia.

Rua Duque de Palmela, 4, de seg. a sáb. das 10.00 às 20.00

10.5.10

café malaca

[fotografia acima, de Andreia Tavares; fotografia abaixo, de Ana Paula Carvalho, in "Máxima Interiores", D.R.]


Há umas semanas, uma amiga quis surpreender-me, ao não revelar o nome nem a localização do restaurante escolhido para o jantar dessa noite, e acabou também ela à procura do espaço em questão, sem grandes certezas. Especializado em cozinha inspirada nas viagens dos navegadores portugueses ao Oriente, o Café Malaca funciona no que já foi o bar do Clube Naval de Lisboa, ao Cais do Gás, um pouco antes dos Meninos do Rio para quem vem do Cais do Sodré. A indicação, apesar de certa, não é óbvia para quem chega desavisado, pois é preciso entrar no armazém H, que faz as vezes de sede do clube, e descobrir junto à entrada, à esquerda, umas escadas que dão acesso ao restaurante, no 1º andar.
Virada para o rio, embora a vista seja apenas parcial, a sala é suficientemente ampla para abrigar o restaurante e o bazar, onde os objectos à venda alinham pela mesma temática da cozinha, mas acaba por não sobrar muito espaço livre tal é a profusão de objectos desirmanados e de procedências diversas.
Como chegámos cedo, e o restaurante estava ainda vazio, só depois, já com as velas acesas e a entrada de crepes Primavera à frente, percebemos a nececessidade de reservar mesa com antecedência, pois o café encheu por completo naquela noite de sábado.
Não há uma ementa, ou melhor, há, mas é descrita pelos empregados na altura do pedido, e pode ser consultada numa ardósia. Optei pelo Caril Verde, comi uma sobremesa e partilhei com a minha amiga um jarro de vinho da casa (havia duas opções). No final, coube cerca de €20 a cada um.
Mais tarde, vim a saber que o Café Malaca é o projecto conjunto do português Miguel Pinho, que se ocupa da cozinha, e da malaia Yoon Chin, que recuperou parte do mobiliário. Além de servir almoços e jantares, o Malaca providencia serviço de take away e piqueniques no cais. Achei o espaço simpático, informal como pretendem os donos. A comida, sem ser extraordinária ou verdadeiramente original, é agradável ao palato e terá a vantagem de permitir uma incursão segura para quem ainda não se aventura muito em matéria de "cozinha exótica".

Cais do Gás, Armazém H, 1º andar, Cais do Sodré, tel. 213 477 082, encerra seg. ao almoço

chaminés do palácio

[Pátio do Palácio da Independência, por onde se entra para o restaurante, D.R.]


A pretexto de um jantar de aniversário, desemboquei, um pouco às cegas, no largo de São Domingos, ao Rossio. Tendo como referência a incontornável Ginjinha, a própria igreja de São Domingos e o D. Maria II, procurei, em vão (até nas Portas de Santo Antão), algo que se parecesse vagamente com um restaurante chamado Chaminés do Palácio. Acabei por achá-lo no pátio interior do edíficio rosa que me habituei a dar por certo ali sem nunca me ter verdadeiramente interrogado sobre a sua proveniência. Não serei o único, estou certo.
Esta localização improvável acaba por ser o primeiro trunfo deste novo projecto de restauração, pois dá o mote que faltava para entrarmos no Palácio da Independência e ficarmos a saber que existe, em pleno coração alfacinha, um par de chaminés cónicas, semelhantes às do Palácio da Vila em Sintra, que de outra forma passam totalmente despercebidas.
O espaço inclui um sala de azulejos e um claustro, que faz as vezes de esplanada, e serve, de segunda a sexta, almoços com pratos, a partir dos €7,50, de cozinha contemporânea com um toque português - daí os hambúrgueres de atum e de alheira de bacalhau ou caça, por exemplo. À noite, o Chaminés do Palácio abre apenas para jantares de grupo, com um mínimo de 14 participantes. Para já, a minha experiência limita-se a esta última fórmula e recomendo. Gostei do ambiente (porque a noite estava amena, pudemos jantar no claustro), da ementa (entrada, prato principal, sobremesa, café e vinho, o que não deu mais do que €20 por pessoa num grupo de 25) e do facto de terem fechado para nós, sem mistura de festas. Gostei menos de termos sido "apressados" a sair por volta da meia-noite, ainda que compreenda.

Largo de São Domingos, 11, tel. 213 241 470, de seg. a sex., das 12.30 às 15.00

9.5.10

papabubble

[Fachada da Papabubble de Lisboa, D.R.]


A fachada azul-celeste não passa despercebida naquele trecho da maltratada rua da Conceição, à Baixa, já a espreitar a rua do Ouro. É o tipo de loja que se espera, ou eu é que esperava, encontrar no Chiado, mas pode ser que o endereço lisboeta desta cadeia de guloseimas personalizadas - criada em 2003 por uma dupla de australianos, que teve o seu ponto de partida na capital catalã -, de portas abertas desde Novembro de 2009, tenha o mérito de atrair uma nova clientela àquelas bandas tristes. Oxalá, que a Baixa bem precisa.
Não sei até ponto há em Portugal, ou em Lisboa para ser preciso, um público suficientemente numeroso disposto a desembolsar regularmente €4,50 por 140gr de rebuçados, devidamente acondicionados em frascos ou embalagens da Sacoliva, ou €4,20 por um chupa-chupa, mas essas são contas que, por certo, os investidores portugueses, responsáveis pelo franchising, fizeram. A mim, que fiquei freguês de sabores como canela picante e aprecio a ideia, resta-me torcer para que o negócio se firme por cá.
Da primeira vez que ali fui, entrei, admirei as instalações, examinei o que estava à vista, escolhi e paguei - não sem antes reparar que no caixa havia um gira-disco a dar música ambiente. Mas parte do conceito assenta em que se assista à arte e engenho dos mestres doceiros ali presentes e que se aproveite a variedade de opções - só sabores são cerca de 30, do anis à violeta ou kiwi, com várias combinações possíveis, com ou sem açúcar, com ou sem recheio, mais ou menos ácidas - para personalizar, com nomes e até desenhos ou logos, os seus rebuçados e chupa-chupas artesanais, que podem ter formas, cores e tamanhos muito diversos. O meu conselho, até para não cair ali de pára-quedas, é que antes de ir espreite o sítio ou o blogue da Papabubble; esta não é uma loja de rebuçados como as demais e faz mais sentido quando sabe ao que se vai.

Rua da Conceição, 117-119, de seg. à sáb, das 10.30 às 19.30
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